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As Metáforas das Tamareiras

POR VANDI DOGADO  Certa vez ouvi de um palestrante a belíssima lenda de origem árabe que diz: “quem planta tamareira não colhe tâmaras”. Um afoito espectador na plateia interrompeu-o, erigindo a mão direita e, sem aguardar o devido consentimento, logo emendou em tom elevado e extenso: Mas, pooorqueeeee, senhor? O palestrante como se já esperasse o questionamento manifestou um incógnito sorriso e elucidou que a tamareira leva aproximadamente 100 anos para produzir frutos, ou seja, se considerarmos que a plantemos aos 20 anos de idade, teríamos de viver 120 anos para colher suas tâmaras. Considerei o provérbio esplêndido, porque dele se podem extrair nobres ensinamentos de linguagem e de sapiência. Primeiramente, se tomarmos a expressão no sentido denotativo, defrontemo-nos com uma típica falácia, pois, ainda que naquela época a expectativa de vida fosse baixa, haveria exceções para qualquer ser humano que plantasse a árvore antes dos vinte anos. Por exemplo, se uma criança de 10 anos

Respeito às Diversidades Culturais Versus Respeito à Vida

VANDI DOGADO
Caro leitor, hoje há um grande consenso de que devemos primar pelo respeito às diversidades culturais, eu mesmo sou um grande defensor de tal ideia, pois a maioria das grandes tragédias humanas vêm da intolerância às distinções socioculturais. Antropologicamente, dizemos que não há cultura superior ou inferior, apenas diferente. E, isso é uma verdade incontestável do ponto de vista lógico. Mas, alerto que há perigos na defesa generalizante e cega das diversidades culturais. Como? Seria uma falácia acreditar que não há exceção à regra. Eu, pelo menos, encontrei uma valiosa neste caso: o respeito à vida. Imagine um povo que sacrifica bebês em nome de seu deus ou deuses? Isso é defensável? Sabemos que essa prática aconteceu em várias civilizações. Quando digo vida, refiro-me principalmente aos animais racionais e irracionais. Sou totalmente contra, por exemplo, a tradição cultural espanhola de matar touros com espada ou as caçadas esportivas nos países africanos. Não se mata em nome das tradições culturais, a vida é a mais valorosa manifestação universal. Devemos, portanto, valorizar as diferenças, desde que não se subtraia vidas.

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