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As Metáforas das Tamareiras

POR VANDI DOGADO  Certa vez ouvi de um palestrante a belíssima lenda de origem árabe que diz: “quem planta tamareira não colhe tâmaras”. Um afoito espectador na plateia interrompeu-o, erigindo a mão direita e, sem aguardar o devido consentimento, logo emendou em tom elevado e extenso: Mas, pooorqueeeee, senhor? O palestrante como se já esperasse o questionamento manifestou um incógnito sorriso e elucidou que a tamareira leva aproximadamente 100 anos para produzir frutos, ou seja, se considerarmos que a plantemos aos 20 anos de idade, teríamos de viver 120 anos para colher suas tâmaras. Considerei o provérbio esplêndido, porque dele se podem extrair nobres ensinamentos de linguagem e de sapiência. Primeiramente, se tomarmos a expressão no sentido denotativo, defrontemo-nos com uma típica falácia, pois, ainda que naquela época a expectativa de vida fosse baixa, haveria exceções para qualquer ser humano que plantasse a árvore antes dos vinte anos. Por exemplo, se uma criança de 10 anos

A maioria não lê um bom livro, mas adora pintar o Jardim Secreto

POR VANDI DOGADO
Já saiu de moda, mas vale lembrar deste episódio recente de nossa história.
Infelizmente, as vendas de livros no Brasil são pífias em relação as vendas dos países "desenvolvidos". Isso é péssimo em dois aspectos, um por causa da falta de hábito de leitura da maioria dos brasileiros, outro porque escritores deixam de receber royalties pelo seu trabalho intelectual (se contar que já sofrem com a pirataria, eu por exemplo tenho todos os meus livros pirateados na internet). A reportagem do G1 transcrita após minhas considerações irá mostrar que os "livros chiques" de pintar salvaram o mercado editorial neste ano. Nada contra quem gosta de pintar, quiçá realmente subtraia o estresse, mas é uma realidade bem triste. Saber que indivíduos preferem relaxar SOMENTE pintando os famigerados best-sellers do momento a ler uma boa história. Um bom livro também relaxa e proporciona uma série de benefícios cognitivos e socioculturais. Só de raiva, irei agora mesmo pintar meu Jardim Secreto para desestressar. Hahahahahhahahaha!!!
LEIA MATÉRIA DO G1 A SEGUIR:
Febre atual nas livrarias, os livros de colorir podem agora ser oficialmente considerados a salvação do mercado editorial brasileiro. Graças a essas obras vendidas como "antiestresse" e líderes das listas de best-sellers, o faturamento em 2015 até agora não ficou abaixo do faturamento do mesmo período do ano passado. Sozinhas, elas venderam R$ 25,18 milhões de janeiro até agora.
É o que aponta o 3º Painel das Vendas de Livros do Brasil, divulgado nesta quarta-feira (17) pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e pelo Instituto de Pesquisa Nielsen. O estudo baseia-se no resultado do BookScan Brasil, que verifica as vendas em livrarias e supermercados.
No comparativo anual, o faturamento total do mercado editorial cresceu 6,23%, passando de R$ 597,1 milhões nos cinco primeiros meses de 2014 para R$ 634,3 milhões em 2015. "Mas tem a inflação... Diante disso, houve uma pequena queda. É como se o mercado estivesse andando de lado", afirma ao G1 Ismael Borges, coordenador do BookScan.
De acordo com o IBGE, a inflação oficial do país, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), atingiu 8,47% em maio, no acumulado em 12 meses.
Por esse raciocínio, sem os tais títulos para colorir, o mercado editorial teria efetivamente "andado para trás". "Haveria uma diminuição importante. Estariamos falando de 4,31% de decrescimento", explica Borges.
Os mais de R$ 25 milhões dos títulos de colorir representam 3,97% do total de faturamento. Os destaques são "Jardim secreto" (Sextante), "Floresta encantada" (Sextante), "Jardim encantado" (Alaúde), "Mãe, te amo com todas as cores" (BestSeller) e "Floresta celta" (Alaúde).
Além do faturamento, o filão "a cores" garantiu um salto de 8,83% no volume de vendas: 14,8 milhões entre janeiro e maio de 2014 e 16,2 milhões em 2015. Livros de colorir representam 14,21% desse total.
Resultado em maio
O 3º Painel de Vendas de Livros do Brasil mostrou ainda que maio teve saldo especialmetne positivo para o mercado editorial.
Comparando com o mesmo mês de 2015, as mês cresceram mês 27% em volume e 21% em faturamento, totalizando R$ 115,8 milhões – em 2014, foram R$ 95,7 milhões. É mais do que nos meses anteriores deste ano.
Preço do livro caiu
Por fim, o estudo aponta que o preço médio do livro, entre janeiro e maio de 2015, caiu 2,39% – de R$ 40,22 em 2014 para R$ 39,26 em 2015. O desconto médio dado pelos vendedores acumulado no período também diminuiu – de 20,78% em 2014 para 16,79% em 2015.
Em junho, o Snel havia divulgado o estudo Produção e Vendas do Setor Editorial Brasileiro, da Fipe/USP, que apontou queda do crescimento do mercado editorial em 2014.
"Mas acho importante ressaltar dois aspectos importantes: as vendas ao mercado tiveram crescimento de 7,33% e as vendas ao Governo uma queda de 16%, o que também pode ser explicado pela sazonalidade dos Programas de Livros Didáticos", afirmou em nota o presidente do sindicato, Marcos da Veiga Pereira.
"Neste sentido, é positivo vermos o mercado crescendo em 2015 e as livrarias preservando suas margens, sem impactar o preço final dos livros."

Comentários

  1. Olá, há mais um problema, O PREÇO DOS LIVROS, no Brasil os livros são extremamente caros; inacessíveis para grande parte da população, além da falta de incentivo do poder o público que não investe e pior, não incentiva a população a procurar as bibliotecas.

    Outra coisa, ano após anos, a capacidade leitora média da população vai desaparecendo, devido à péssima qualidade da educação pública e privada, e a desvalorização da mesma. Temos um país de analfabetos funcionais, nem que essas pessoa queiram elas não vão conseguir.

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