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As Metáforas das Tamareiras

POR VANDI DOGADO  Certa vez ouvi de um palestrante a belíssima lenda de origem árabe que diz: “quem planta tamareira não colhe tâmaras”. Um afoito espectador na plateia interrompeu-o, erigindo a mão direita e, sem aguardar o devido consentimento, logo emendou em tom elevado e extenso: Mas, pooorqueeeee, senhor? O palestrante como se já esperasse o questionamento manifestou um incógnito sorriso e elucidou que a tamareira leva aproximadamente 100 anos para produzir frutos, ou seja, se considerarmos que a plantemos aos 20 anos de idade, teríamos de viver 120 anos para colher suas tâmaras. Considerei o provérbio esplêndido, porque dele se podem extrair nobres ensinamentos de linguagem e de sapiência. Primeiramente, se tomarmos a expressão no sentido denotativo, defrontemo-nos com uma típica falácia, pois, ainda que naquela época a expectativa de vida fosse baixa, haveria exceções para qualquer ser humano que plantasse a árvore antes dos vinte anos. Por exemplo, se uma criança de 10 anos

O dia em que Maju foi alvo de racismo no Facebook

POR VANDI DOGADO
Oh quão avantajados são os intelectos amebianos! Oh quão superior são as fezes de suas considerações! Oh quão grandioso é o câncer de sua sabedoria! Como se a "inteligência" lhe turvasse a visão das verdadeiras vias. Como se a autoestima o convencesse de sua artilharia. Enquanto a palavra "racismo" aparecer nas mídias é porque há racistas. Agora foi a vez de Maria Júlia Coutinho, moça do tempo, do Jornal Nacional, receber comentários racistas. Não participarei de nenhuma campanha #SomosTodosMaju nem gritarei que #SomosUmaSoRaça: a humana, pois isso é apenas um modismo e não resolverá a problemática. Cadeia é lugar de racistas, portanto aplicar a lei contra os tolos criminosos é o caminho mais justo para excluí-los da sociedade. O direito à liberdade de expressão não nos subtrai o dever de respeitar as diversidades culturais e as diferenças individuais. Sempre termino meus textos sobre racistas os alertando sobre aquele quem mais respeita as diferenças: o democrático verme. Ele consume o rico e o pobre, o alto e o baixo, o gordo e o magro, o evangélico e o católico, o judeu e o muçulmano, o heterossexual e homossexual...
PS: Maju, não perca um segundo com tristeza...
Matéria Uol

O "Jornal Nacional", da rede Globo, fez um post em sua página oficial do Facebook na noite desta quinta-feira (2), com uma imagem da jornalista Maria Julia Coutinho falando sobre a previsão do tempo. Durante a madrugada, a publicação foi alvo de comentários com conteúdo pejorativo e racista.
"Só conseguiu emprego no 'Jornal Nacional' por causa das cotas. Preta imunda", dizia um dos comentários. "Não tenho TV colorida para ficar olhando essa preta não", escreveu outro internauta.
Revoltados, outros usuários da rede social saíram em defesa da jornalista e publicaram comentários de repúdio ao preconceito na página do telejornal no Facebook.
"País mais miscigenado do mundo e ainda temos que ficar lendo esses comentários racistas. Lamentável. A moça é linda, inteligente e ganha bem mais do que vocês", defendeu Claydson Vieira.
"Aos racistas um aviso: internet não é terra sem lei e se vocês acham que podem destilar toda a podridão que existe no interior de vocês só porque usam fakes, estão enganados. Espero que vocês se ferrem muito", alertou Martha Bernardo Duarte.
Esta não é a primeira vez que a jornalista é atacada desta forma. Logo que assumiu a previsão do tempo no "Jornal Nacional" -- em abril deste ano -- foram registrados comentários de cunho racista em reportagens que falavam sobre ela, a primeira jornalista negra da rede Globo a desempenhar a função no telejornal.
Em entrevista ao UOL, em maio deste ano, Maju disse que não pretendia tomar providências legais contra os comentaristas. "Pelo que eu vi é uma minoria que tem feito esse tipo de ataque. Vou plagiar a pequena Carolina, de 8 anos, cujo vídeo viralizou na Internet. Quando alguém disse que ela tinha cabelo duro, Carol não titubeou e disse: 'Duro é ter que aguentar pessoa ignorante falando que meu cabelo é duro'. Cresci numa família que militou no movimento negro, tenho consciência dos meus direitos, só tomarei alguma medida quando o racismo de alguém cercear meus direitos".
A jornalista disse acreditar que pré-julgamentos no ambiente profissional costumam ser extintos com a convivência. "Acho que algumas pessoas que só estão acostumadas a conviver com negros que ocupam cargos de seguranças, empregados, faxineiros, se assustam, e, às vezes, duvidam da capacidade de um negro que ocupa um outro tipo de função (jornalista, médico, escritor), mas esse tipo de preconceito costuma ser neutralizado com a convivência", disse ela no mês de maio.
No Brasil, racismo é crime inafiançável. Se Maria Julia levar o caso à Justiça, os autores dos comentários podem ser condenados à prisão, se forem considerados culpados.

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