Postagem em destaque

As Metáforas das Tamareiras

-
POR VANDI DOGADO  Certa vez ouvi de um palestrante a belíssima lenda de origem árabe que diz: “quem planta tamareira não colhe tâmaras”. Um afoito espectador na plateia interrompeu-o, erigindo a mão direita e, sem aguardar o devido consentimento, logo emendou em tom elevado e extenso: Mas, pooorqueeeee, senhor? O palestrante como se já esperasse o questionamento manifestou um incógnito sorriso e elucidou que a tamareira leva aproximadamente 100 anos para produzir frutos, ou seja, se considerarmos que a plantemos aos 20 anos de idade, teríamos de viver 120 anos para colher suas tâmaras. Considerei o provérbio esplêndido, porque dele se podem extrair nobres ensinamentos de linguagem e de sapiência. Primeiramente, se tomarmos a expressão no sentido denotativo, defrontemo-nos com uma típica falácia, pois, ainda que naquela época a expectativa de vida fosse baixa, haveria exceções para qualquer ser humano que plantasse a árvore antes dos vinte anos. Por exemplo, se uma criança de 10 anos
Postar um comentário

ELE NÃO é traidor (?)

-
                                       POR VANDI DOGADO
Grupos que apoiaram Bolsonaro estão reclamando da Reforma da Previdência e de outras ações do governo, todavia almejam privilégios exclusivos, caso dos policiais que solicitam regras mais suaves para aposentadoria. Seria justo uns sacrificarem e outros terem privilégios? Já não bastaria os privilégios de membros das Forças Armadas, Legislativo, Executivo e Judiciário na presente reforma? Muitos engrossam o coro e chamam Bolsonaro de traidor. Se tem uma coisa que Bolsonaro não é, é traidor. Ele nunca escondeu suas ideias reacionárias, preconceituosas e antipopulares: não aprecia gays e outras distintas sexualidades, considera que mulher não deva ganhar mais do que homens, pensa que brasileiro trabalha pouco, expressa que índios e quilombolas são vagabundos, já declarou que trabalho infantil é normal, manifesta que professores e cientistas só servem para criar problemas ideológicos, afirma que a liberdade de expressão atrapalha, grita que a preservação do ambiente é o grande entrave ao agronegócio e à indústria; enfim, não valoriza o conhecimento formal, defende tortura e ditadura e, sobretudo, acredita que trabalhadores não têm que possuir direitos e que todos os projetos sociais devam ser eliminados, inclusive Educação e Saúde. E, mais importante, todos que discordam de seus pressupostos são comunistas e devem ser subtraídos; senão pela polícia, por milícias.
PS: Ademais, estão cobrando demais de Bolsonaro. Ele não fez nada em 28 anos no Legislativo, agora querem que faça em seis meses?
Leia à vontade. Mais de 1 milhão de eBooks Saiba mais
Leia de graça
OU
OU
Entregar no seu Kindle ou em outro dispositivo

Comentários

Postar um comentário

PARCEIROS

60x60 Vale o click

Postagens mais visitadas deste blog

Quem é o misterioso escritor Tales Niechkron que despertou a fúria da extrema-direita no Brasil?

-
Imagem
POR VANDI DOGADO Um mistério ronda a literatura brasileira: quem é TALES NIECHKRON, autor de O GÊNIO E O GAOLLENSE NO PAÍS DO GENOCIDA? Seu livro espetou a alma de fanáticos, sectários e omissos. Certamente, os fanáticos da extrema-direita não leram a obra, mas já destilam ódio contra o misterioso escritor devido ao título. Contudo, o livro vale a pena? Embora a narrativa explore a esquizofrenia de um transtornado gênio da matemática, evidencia-se concomitantemente outra doença: a social. Trata-se de uma contundente e necessária crítica ao obscurantismo: o retrocesso mundial de desvalor pelo conhecimento. Com sarcasmo, o autor transmite a decepção da protagonista porque Ozob chegou ao poder em Telúria (planeta de uma realidade alternativa). Ao ler o nome do boçal político teluriano ao contrário, revela-se a intenção discursiva. O texto é recheado de inversões na ordem da escrita de palavras e do emprego de vocábulos estrangeiros que se traduzidos exibem o sarcasmo de Niechkron. Ao lado
Leia mais

As Metáforas das Tamareiras

-
Imagem
POR VANDI DOGADO  Certa vez ouvi de um palestrante a belíssima lenda de origem árabe que diz: “quem planta tamareira não colhe tâmaras”. Um afoito espectador na plateia interrompeu-o, erigindo a mão direita e, sem aguardar o devido consentimento, logo emendou em tom elevado e extenso: Mas, pooorqueeeee, senhor? O palestrante como se já esperasse o questionamento manifestou um incógnito sorriso e elucidou que a tamareira leva aproximadamente 100 anos para produzir frutos, ou seja, se considerarmos que a plantemos aos 20 anos de idade, teríamos de viver 120 anos para colher suas tâmaras. Considerei o provérbio esplêndido, porque dele se podem extrair nobres ensinamentos de linguagem e de sapiência. Primeiramente, se tomarmos a expressão no sentido denotativo, defrontemo-nos com uma típica falácia, pois, ainda que naquela época a expectativa de vida fosse baixa, haveria exceções para qualquer ser humano que plantasse a árvore antes dos vinte anos. Por exemplo, se uma criança de 10 anos
Leia mais

CONSIDERAÇÕES SOBRE A ÓPERA OS CAPULETOS E OS MONTÉQUIOS

-
Imagem
 POR VANDI DOGADO "O neurocientista Antônio Damásio afirmou certa vez que só a arte pode melhorar o ser humano. A arte serve para provocar sonhos, mexer com as emoções e com imaginário, escancarar as injustiças e oferecer sentido à existência, e, até mesmo, causar estranheza diante do inusitado. A arte possibilita a recriação de um mundo mais digno, belo e feliz" No dia 15 de abril de 2022, assisti à ópera “OS CAPULETOS E OS MONTÉQUIOS”. Não se enganem, caros leitores! A ópera não se baseia no célebre livro de Willian Shakespeare, todavia na peça teatral de Luigi Scevola de 1818 que estreou somente em 1830 no Teatro La Fenice em Veneza. Tornando-se uma sensação por décadas. Gostei demais do que presenciei! Não só pela competência dos músicos e atores, todavia pelo que constatei nas entrelinhas da trama. A fim de não cometer “spoiler”, evitarei comentar o enredo. Apenas expressarei minhas impressões sobre as sutilezas de resistência sugeridas pelo espetáculo. Já na abertura,
Leia mais

Total de visualizações de página