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As Metáforas das Tamareiras

POR VANDI DOGADO  Certa vez ouvi de um palestrante a belíssima lenda de origem árabe que diz: “quem planta tamareira não colhe tâmaras”. Um afoito espectador na plateia interrompeu-o, erigindo a mão direita e, sem aguardar o devido consentimento, logo emendou em tom elevado e extenso: Mas, pooorqueeeee, senhor? O palestrante como se já esperasse o questionamento manifestou um incógnito sorriso e elucidou que a tamareira leva aproximadamente 100 anos para produzir frutos, ou seja, se considerarmos que a plantemos aos 20 anos de idade, teríamos de viver 120 anos para colher suas tâmaras. Considerei o provérbio esplêndido, porque dele se podem extrair nobres ensinamentos de linguagem e de sapiência. Primeiramente, se tomarmos a expressão no sentido denotativo, defrontemo-nos com uma típica falácia, pois, ainda que naquela época a expectativa de vida fosse baixa, haveria exceções para qualquer ser humano que plantasse a árvore antes dos vinte anos. Por exemplo, se uma criança de 10 anos

Quem é o misterioso escritor Tales Niechkron que despertou a fúria da extrema-direita no Brasil?

POR VANDI DOGADO
Um mistério ronda a literatura brasileira: quem é TALES NIECHKRON, autor de O GÊNIO E O GAOLLENSE NO PAÍS DO GENOCIDA? Seu livro espetou a alma de fanáticos, sectários e omissos. Certamente, os fanáticos da extrema-direita não leram a obra, mas já destilam ódio contra o misterioso escritor devido ao título. Contudo, o livro vale a pena? Embora a narrativa explore a esquizofrenia de um transtornado gênio da matemática, evidencia-se concomitantemente outra doença: a social. Trata-se de uma contundente e necessária crítica ao obscurantismo: o retrocesso mundial de desvalor pelo conhecimento. Com sarcasmo, o autor transmite a decepção da protagonista porque Ozob chegou ao poder em Telúria (planeta de uma realidade alternativa). Ao ler o nome do boçal político teluriano ao contrário, revela-se a intenção discursiva. O texto é recheado de inversões na ordem da escrita de palavras e do emprego de vocábulos estrangeiros que se traduzidos exibem o sarcasmo de Niechkron. Ao lado de nomes de celebridades da ciência encontram-se cacófatos como "Vah-kh Bozzo, Dinastia de Soh B’ozo e Iniquidade do Queru­bim M’oro" que podem passar despercebidos ao leitor. É de rir! Precisa-se ficar atento às "brincadeiras sérias".
Como a obra retrata todo período da pandemia, percebe-se que foi escrito às pressas. Entretanto, não diminui a excelência do enredo e da linguagem. A trama traz certos mistérios que são revelados somente na última linha. Sim, vale a leitura! Por certo, o Brasil conhece um talento das letras; porém, ele não pretende se revelar. Na verdade, no livro tudo é fictício, inclusive o nome do autor e do prefaciador. Por criticar o totalitarismo, teria o artista receio de o país sucumbir à ditadura? Pretenderia livrar-se dos odiosos fanáticos das redes sociais? Não se sabe! Niechkron possui até perfis em redes sociais, por exemplo, no LinkedIn possui quase 20 mil seguidores. O gênero do livro é drama psicológico (se é realismo mágico ou não, deixarei ao leitor esta questão). A personagem principal adoece na mesma medida que Karniji (esta nação seria o Brasil?). Em alguns momentos o livro parece fugir do enredo para discutir como surgem o obscurantismo, mas não tira a curiosidade sobre a trama. Quem quiser conferir, o livro está disponível aqui: 

 ESTE LIVRO MENCIONA O GENOCIDA DA PANDEMIA. SE É FANÁTICO, AFASTA-SE!


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